Wagner Meier / Fotoarena |
Bem inspirado neste clima de fim de Carnaval e devidamente impressionado com a Comissão de Frente da Escola de Samba Unidos da Tijuca que - em seu desfile - abordou como tema central a Morte e resolvi sair de meu estado de pura ressaca e publicar algo relacionado a este fato em meu blog. A Unidos da Tijuca , com o tema Esta Noite Eu levarei a sua alma, verdadeiramente levou a Sapucaí a ficar de queixo caido com a sua comissão de frente. O grupo de seres macabros realizavam a sua coreografia de "perder a cabeça". Foi impressionante como efeito ilusório e causou um impacto tão bacana para todos que estiveram no Sambódromo ou acompanharam pela televisão . A equipe capitaneada pelo Carnavalesco Paulo Barros e os coreógrafos Rodrigo Negri e Priscilla Mota e os bailarinos merecem o mais sinceros elogios. Realizaram um trabalho impactante e criativo ao extremo com recursos simples. Uma estrutura metálica sob a roupa permitia que os bailarinos subissem e descessem as cabeças, dando a ilusão de que elas estavam caindo. A coreografia foi baseada no ilusionismo. Se inspirando na Unidos da Tijuca e tendo como tema a Morte em um dos seus sentidos mais abragentes, publicarei, um texto extraído do Livro Filosofando - Introdução à Filosofia - do capítulo 26- intitulado - A morte . Desfrutem... é um texto que serve de reflexão sobre o como A morte está presente em nossas vidas mais do imaginamos sob prisma não somente literal mas símbólico.
As Mortes Simbólicas
O ser humano não tem consciência, no entanto, apenas da morte como fim da sua vida. O conceito de finitude o acompanha em que faz: é significativa a imagem mítica do Deus Cronos (que simboliza o Tempo) devorando os próprios filhos.
A morte, como clímax de um processo, é antecedida por diversas formas de "morte" que permeiam o tempo todo a vida humana. O próprio nascimento é a primeira morte, no sentido de ser a primeira perda, a primeira separação.
Rompido o cordão umbilical, a antiga e cálida simbiose do feto no útero materno é substituída pelo enfrentamento do novo ambiente. A oposição entre o velho e o novo repete indefinidamente a primeira ruptura e explica a angústia humana diante de seu próprio dilarceramento interno: ao mesmo tempo que anseia pelo novo, teme abandonar o confronto e a segurança da estrutura antiga que já se habituou.
Os heróis , os santos, os artistas, os revolucionários são sempre os que se tornam aptos para enfrentar o desafio da morte, tanto no sentido literal como no simbólico, por serem capazes de construir o novo a partir da superação da velha ordem.
Trecho extraído de Filosofando - Introdução à Filosofia - pág. 347
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